O Ceará fechou o ano com cerca de 2,4 mil assassinatos. São os chamados Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs), que incluem homicídios, feminicídios, latrocínios e casos de lesão corporal seguido de morte. Também neste balanço extra-oficial, são incluídos os casos de assassinatos nas unidades do Sistema Penitenciário e as mortes por intervenção policial. Estes dois últimos delitos não são incluídos na estatística oficial que deverá ser divulgada nos próximos dias pelo governo do estado, através da sua Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Somente em Fortaleza, cerca de 710 pessoas foram assassinadas no ano passado. Na Região Metropolitana foram 705 CVLIs. No Interior do estado, cerca de 970 pessoas foram mortas. Some-se a isto, 135 mortes por intervenção policial. Em comparação a 2018 (que registrou 4.8 mil homicídios), a queda no número dos assassinatos no estado beira a casa de 50 por cento.
A “guerra” de facções mais uma vez foi a grande responsável pela maioria dos assassinatos na Capital e sua Região Metropolitana, com centenas de jovens mortos nas escaramuças de bandidos armados dos dois grupos criminosos, o Comando Vermelho (CV) e a Guardiões do Estado (GDE). Além de ameaças de morte às autoridades, esses grupos repetiram as execuções sumárias em série registradas em 2018. Crimes brutais, com corpos esquartejados, decapitados e incendiados, voltaram em 2019.
Também no ano passado a violência contra a mulher continuou desafiando as autoridades. Foram 229 assassinatos, contra 400 em 2018. No somatório, mais de 600 mulheres assassinadas no estado em apenas dois anos. No Ceará a média se aproxima de uma mulher morta a cada 24 horas, uma por dia.