Subiu para 230 o número de policiais militares afastados no Ceará por participação em motim, desde a última terça-feira (18). Em edição do Diário Oficial do Estado (DOE) publicada na noite deste domingo (23), é informada a instauração de Processos Administrativos Disciplinares (PADs) pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD) contra outros 62 policiais militares, além dos 168 já afastados.
Os afastamentos, a princípio, são preventivos com duração de 120 dias para as investigações, "em virtude da prática de ato incompreensível com a função pública, gerando clamor público, tornando os afastamentos necessários à garantia da ordem pública", segundo o DOE.
Conforme o documento, os Processos Administrativos foram abertos contra 61 agentes por "deserção especial", e um por "estimular a paralisação nas redes sociais".
Na sexta-feira (21), o estado já havia afastado 161 PMs por envolvimento no motim, além de outros sete por incitar a paralisação utilizando redes sociais.
Conforme o documento, os policiais afastados respondem por participação em "condutas transgressivas" e "incapacidade de participação nos quadros da Polícia Militar".
Os profissionais afastados devem entregar a identificação funcional, distintivo, armas, algemas e qualquer outro elemento que os caracterizem. Eles já saem da folha de pagamento do estado neste mês. Conforme o DOE, há outros procedimentos ainda em andamento, abertos pela Polícia Militar em forma de Inquéritos Policiais Militares (IPMs), remetidos à CGD.
Neste domingo, o governo informou que mais de 30 policiais já foram presos por deserção.
Desde terça-feira (18), parte dos policiais parou as atividades no estado, e homens encapuzados invadiram quartéis, depredaram e esvaziaram pneus de veículos da polícia em protesto contra a proposta de reajuste da categoria apresentada pelo governo.