O grupo farmacêutico chinês China National Biotec Group (CNBG) informou neste domingo, 28, que uma vacina contra o novo coronavírus em desenvolvimento pela empresa se mostrou capaz de imunizar todas as pessoas que receberam as doses. Participaram desta etapa 1.120 indivíduos, sendo que todos produziram anticorpos contra o vírus causador da Covid-19.
"Com referência a produtos similares no passado, combinados com dados humanos existentes, sugere-se inicialmente que a nova vacina desenvolvida seja segura e eficaz", diz o texto publicado pela CNBG na rede social chinesa WeChat.
Na nota, o grupo também disse ter construído uma fábrica em Pequim com capacidade de produzir até 120 milhões de unidades da vacina a cada ano.
Também ontem várias lideranças de ONGs lançaram um apelo, na França, para tornar uma futura vacina contra o novo coronavírus acessível a todos, alertando para o risco de "nacionalismo" no tema.
"O medo de que um 'nacionalismo' sobre a questão da vacina, associado a uma corrida pelo lucro, dificulte o acesso das pessoas mais expostas e desprotegidas, por exemplo, as que vivem em países em desenvolvimento, é muito real", afirmam em uma nota publicada no jornal francês "Le Journal du Dimanche".
Entre estes representantes do Terceiro Setor, estão Cécile Duflot (Oxfam), Najat Vallaud-Belkacem (France One), Thierry Allafort (Médicos Sem Fronteiras), Philippe de Botton (Médicos do Mundo) e Florence Thune (Sidaction).
"Há dois meses, ocorrem cúpulas internacionais, e a França mostra seu desejo de tornar a futura vacina SARS-CoV2 acessível em todo mundo", escrevem. Mas, "nos bastidores, uma concorrência dura foi aberta entre nações e grupos farmacêuticos para o desenvolvimento das vacinas", acrescentam.
O grupo Sanofi gerou grande polêmica em maio, quando seu diretor-geral se referiu à possibilidade de favorecer os Estados Unidos na distribuição de uma possível vacina. "Nossas associações têm a experiência de anos de luta pelo acesso a tratamentos diante de uma indústria farmacêutica pouco escrupulosa. Não se pode repetir os mesmos erros!", afirmam as ONGs, para as quais "para fazer das futuras vacinas um bem público mundial é preciso garantir preços acessíveis para todos os países e todas as populações". (AE)