As vacinas contra o coronavírus permanecem fora do alcance de países mais pobres, disse ontem em comunicado Tedros Adhanom Ghebreyesu, chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), na data que marca o primeiro aniversário do consórcio Covax.
— Quase 900 milhões de doses de vacinas foram administradas globalmente, mas mais de 81% foram para países de renda alta ou média alta, enquanto os países de baixa renda receberam apenas 0,3% — disse o diretor-geral da OMS.
Tedros ainda pediu aos países mais ricos para compartilharem as doses em excesso para ajudar a inocular profissionais de saúde em países de baixa renda. Mais de 3 milhões de pessoas já morreram por conta da pandemia de Covid-19.
A Covax, que já enviou 40,5 milhões de doses para 118 países, pretende garantir 2 bilhões de doses até o final de 2021. Na quinta-feira, o consórcio, co-administrado pela Gavi Vaccine Alliance e pela OMS, afirmou que estava tentando aumentar seu fornecimento de vacinas para países pobres de novos fabricantes, com o objetivo de mitigar problemas de fornecimento da vacina AstraZeneca da Índia.
O Brasil esperava receber 2,5 milhões de doses do consórcio até março. No entanto, menos da metade chegou. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mencionou quarta-feira a demora da Covax como uma das justificativas do atraso de quatro meses do fim da vacinação de grupos prioritários.
Países pobres também testam menos que os ricos, e tem escassez de fármacos, como ressaltou Tedros:
— E a maioria dos países ainda tem problemas para acessar oxigênio e dexametasona (esteroide usado para tratar pacientes com a versão grave da Covid-19, único tratamento aprovado pela OMS).
Extra